sábado, 2 de maio de 2020

Não esfriar...

Dia lindo por aqui, tarde perfeita. Das músicas que eu gosto, não ouvi nenhuma, mas por um instante estava na janela contemplando um céu azul, aberto e sem nuvens. Aquela tarde amarelada que invade de forma poética o chão da sala, entrou aqui e me hipnotizou.
Saudade da rua, de passear. Mas o que me enche mesmo é a saudade de conversar, pegar, abraçar, olhar no olho.
Sou um animal muito estranho que pode até não reconhecer, com facilidade, a falta que sente das pessoas, mas que sempre foi mais gente que solidão, apesar de gostar tanto de ficar só, gritar pela casa fingindo que sabe cantar ou até mesmo de experimentar uma conversa rebuscada com os pássaros que comem suas bananas na mesa, sem qualquer cerimônia.
O inevitável isolamento social está também me forçando a um duro isolamento pessoal, ao mesmo passo que me afasto da sociedade esqueço uns pequenos detalhes sobre mim, volto pro eixo instantes depois e sorrio pensando no "museu de grandes novidades" que me espera e que certamente apreciarei com demasiada paciência ao ar livre, quando tudo isso passar.
Por mais que o esfriar-me seja tão apaixonante e cabível ao cenário, tenho por minha convicção arder para não apagar o brilho nos olhos, até a liberdade externa voltar.

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