quinta-feira, 29 de setembro de 2016

A Brisa

Eu tenho um coração azul
Uma amiga Brisa
Suave e com bons conselhos
Corrige os “r” dos meus verbos
Errados e inseguros
Brisa?
Um dia o Siba cantou
Que por ser carinhosa é quem mais tem castigado
Torta de morango
Cappuccino
Quando estou com ela sinto o mar
O Vento
A praia
A areia
Ela me leva para um horizonte
Onde Céu e mar se misturam
Ela me faz ser vagarosa
10 contados
Com ela é sempre asfalto e sal
Ela não se importa em dizer umas coisas
Mas ela se importa em como dizer
E isso já basta
Eu não tenho o que oferecer a ela
Talvez uma varanda suspensa
Ou Streets Bloom
Ela é 9 e eu 5
Nessa escala ela é o contravento
Paisagem que acalma
Tecendo meus ás ela coringa os impasses
Medos
Fome
Ela sopra seu carinho
Em afeto e café
Música e abraço
A Brisa por ser carinhosa
Palavras
Trovões
Tormentas
Brisa?
O pano da minha jangada
É bem amarrado
Brisa do Mar?
Eu sou da Céu...

Desculpe, eu usei lápis!

Acordei e senti o peito cheio, cheio de vazio. Sentei na cadeira e olhei pela janela, não tinha cortina e nem o sonho era lembrado. Olhei para os lados e estava só. Não tinha peso, nem arrependimento e para o meu desespero nem saudade. Não existia asa de lençol e nem falar coisas engraçadas antes de dormir fazia mais sentido. Não era conchinha e nem travesseiro. Não era parede e nem era sorriso. O pensamento pregando peças e eu me flagrando em presentes futuros. Eu entendi. Eu entendo! Não tinha pólvora, não era fogo. Não tinha banco, não era tanto. Não tinha foto. As cartas eu rasguei, os nomes apaguei, até das minhas tortas lembranças. Faço questão de não lembrar o que gostava e como gostava. O grito ainda é abafado no peito, os olhos ainda guardam as mágoas e o coração, ah o coração tá voltando a comer aos poucos. Cds, musicas, fotos, sofá, cama, nada faz mais sentido do que a página do meu diário rasgada, as datas riscadas. A loucura perdeu, eu ganhei. Já não estou mais onde não pertenço, o passado reconheceu seu insignificante lugar e se calou. Os pássaros pousam na minha janela da sala e por algumas vezes rasam voos rápidos pelos meus caminhos no corredor sem fobias noturnas. Eu estou bem, pareço estar bem? Queria possuir uma estrela, brilhar ela no coração e sorrir sua luz de mansidão. E só pra constar, de manso o tempo não tem nada. Desenho na calçada, caminho de pedras. Vou adiante e quando chegar onde tenho que chegar você não estará, nem sombra será. Arderá no sol ao me acompanhar com seus olhos nos espaços em branco que não lhe cabe. Antes transbordei, hoje sobro, folgo, danço... É vazio, mas tem sorriso. Eu esqueço, mas tem lembrança. A saudade não é sentida, os momentos inexistem e você evapora. Vou pensar um pouco embaixo daquela árvore, olhar para o céu e divagar pensamentos soltos que não condizem com músicas usurpadas da minha lista de preferidas. Assalto-me e crio caminhos passo a passo eu passo você e te deixo para trás e sem virar para a direita ou esquerda sigo reto, até ensaio uns passos de alegria e alívio. A cada dia você vira pó e eu liquido fluido derramo-me reaprendo a transbordar. A fome é vencida, o medo também... Já não tenho medo de dobrar as esquinas e sei que falta pouco para eu não mais te reconhecer na rua ou na minha vida, afinal, agora sim eu me sinto viver. Moro em mim e fiz confortável minha nova casa pra que eu não precise sair. Para frente que estou andando, talvez eu dobre para a direita ou esquerda, mas eu apenas sigo. Você deixou bagunçado e sobrou para eu cuidar de tudo, mas eu arrumei diferente e não há mesmice ou rotina que me faça acomodar o inquieto coração que reaprende andar. Esses dias ele flutuou, ele não tarda a voar de novo e aí nem as nuvens saberão que um dia eu fui nós. A liberdade me quer e o amor me tem. Não adianta me procurar, você ficou para trás e eu apaguei todas as minhas pegadas, não esqueci nada e não tenho motivos para voltar. Vida de metade não me cabe mais. Agora sou inteira, dona de mim e posso voar para onde eu quiser e o meu maior segredo é que eu sempre escrevi sua historia de lápis e ela foi completamente apagada. Desculpa, mas você não existe mais, nem nos devaneios de inverno. Nem na intimidade do meu ser e muito menos nos dias de céu aberto. 

sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Das cartas que escrevo pra você antes de dormir...



            Abro a gaveta da vontade e você está lá, tomada de doce afeto sorrio a saudade que mexe com o mais veloz pensamento a percorrer um momento que ainda não existiu. Te alcanço enquanto me desfaço em trechos de músicas que guardam você como “perfume pela casa” ou um “cheiro dentro de um livro”. E mesmo que você tenha me ensinado as mais lindas poesias, a mais ardente paixão e o mais generoso amor eu ainda não sei bem o que tudo isso significa se outra pessoa tenta fazer diferente de você.
            Com você eu não caibo mais em mim, o meu eu será então todo você. Não tenho medo de cantar aqueles versos que surgiram na madrugada quando sequestrei você em meus imaginados flagras do seu olhar assustado ao me ver dobrar a esquina da rua que você passa, ao me sentir cobrir sua sombra na calçada e segurar seus olhos com minhas mãos e esperar você falar meu nome porque você sabe qual o perfume que eu estou usando.
Se você soubesse o que eu eternizo por aqui, você não demorava a chegar... Se você conseguisse assistir o filme que fiz pra gente, você saberia exatamente o que sentiu quando andou de bicicleta naquela tarde enquanto a gente desatava o mundo em poemas feitos com o barulho da gargalhada ao sujar a roupa de sorvete. Quanto ao pôr-do-sol eu também pensei nisso e adivinha a música que escolhi pra tocar no fone que dividirá nossos ouvidos enquanto nossas mãos permanecem com os dedos confusos entre si.
            Hoje eu “já não tenho medo de saber quem somos na escuridão” porque naquele dia conversamos sobre luz e eu passei a te chamar de outra forma, nem lembro mais seu nome. A casa que fizeste em mim tem uma rede na varanda e árvores ao redor, quando o vento bate ele sopra poesia no que chamam de rotina e então já não estamos mais lá. Ontem eu tive um sonho, você chegava e o abraço não tinha fim, assim como minha alma que inteira encontrava a sua, era manhã e eu estava preparando o café, nada demais nesse sonho, pois ele surge até quando estou acordada.
            Não é pela distância, pois eu te sinto tão aqui que as músicas já não cabem mais no toca fitas, no vinil ou na play list feita da falta de você, “tudo se acaba e aí crio asas e aí elas querem voar” até seu olhar, confesso até que “eu queria me enjoar de você, mas não consigo”. Você me ensinou como encontrar o amor e me mostrou onde ele mora me convidou para ficar SOL contigo e eu cantei “saiba você é meu sol”. Poetizando eu sigo por aqui, onde lembranças futuras devoram além do meu pensamento esse lugar que de uma forma tão sublime te tomou como minha janela, meu café, minha cama, meu sofá. Meio intenso, mas sentir é bom. Me espera na escada, eu tô chegando e não se assuste se da rua eu gritar seu nome, é que a saudade já está falando por mim, ou melhor, gritando. Venha “você é quem me continua” e poetiza comigo essa vontade estampada na ansiedade de te encontrar e saber como são “os dias azuis”. 

quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Sou mais do que esses 25 fatos, mas gosto deles!

Sobre o dia que fui desafiada a descrever 25 fatos da minha vida... Ninguém é gentil com as correntes das redes sociais, mas eu não poderia dizer não pra uma grande amiga e também eu adoro desafios, afinal era escancaradamente um "exponha sua alma e seus segredos aqui, tem coragem?" E lógico eu sou "coragem, o cão covarde" mas vesti a capa da invisibilidade e tentei passar despercebida na rede social que mais estremesse meus ossos, o facebook, e não foi fácil, mas confesso que me surpreendi com o feedback e no final eu até dancei "allons ensemble, découvrir ma liberté, oubliez donc, tous vos clichés, bienvenue dans ma réalité". Pois bem, vamos lá e sem sustos hein?!

1 – Começo falando do meu maior medo errou quem pensou altura (kkkk)... Tenho completo e intenso pavor de osgas (lagartixa), coisa nojenta, gelada, transparente e traiçoeira... Eu paraliso perto daquilo, já quase quebrei uma televisão fugindo de uma.
2 – Desde sempre gosto de escrever cartas... SIM, acreditem, eu ainda uso os correios! E sou obrigada a confessar que tenho cartas que nunca enviei e provavelmente não enviarei.
3 – Sou do signo de leão, mas dizem as boas línguas que sou uma falsa leonina (de leão tenho apenas o ciúme), sou muito mais meu ascendente, o que passei a entender melhor recentemente, pois tenho muitos amigos viciados em signos (não vou citar nomes)
4 – Desde os meus 15 anos tento tocar violão com muita luta sei tocar umas 7 músicas bem nível iniciante (Não sei se nasci pra isso);
5 – Tenho medo de oceano, parece um mundo paralelo cheio de mistérios, em contrapartida sou apaixonada pelo céu, tiro fotos quase sempre dele... Definitivamente sou mais pássaro que peixe;
6 – Gostaria de ter uma gaita;
7 – Ainda não experimentei nada melhor que um banho de chuva com amigos, talvez o dia que eu finalmente tomar banho de cachoeira (vontade antiga) eu possa mudar essa afirmação;
8 – Já comprei uma pipoca por 20 reais, era tudo o que eu tinha no bolso e percebi que o pipoqueiro estava voltando pra casa com o carrinho cheio, ele estava bem triste... Nunca vou esquecer o sorriso e o olhar agradecido dele;
9 – Tenho vontade de conhecer a Nova Zelândia (atravessar o pacífico será um desafio) e a Holanda, quero conhecer os parques de tulipas;
10 – Minha mãe DORA é tudo pra mim... Minha alegria, meu amor, minha vida... Ela é sem dúvida a pessoa que eu mais amo nesse mundo.
11 – Me considero uma pessoa de sorte, sou filha adotiva, tenho 10 irmãos ao todo, não sei quem eu seria sem minha família, amo minhas irmãs, irmãos e sobrinhos, não me vejo numa história diferente da que eu vivo;
12 – Meu coração é bom demais, as pessoas sempre me passam pra trás (sou trouxa SIM), eu não consigo desistir das pessoas, mas quando a mágoa é muito grande eu me afasto. CONFISSÃO: quase todas as pessoas que amo já me machucaram algum dia, eu superei quase todas as dores, mas algumas pessoas ficaram pelo caminho (tenho poucos arrependimentos quanto a isso). Não sei se sou rancorosa, acho que um pouquinho;
13 – Tive um gatinho preto de olhos amarelos que chamava pantera, sua morte me causou muito sofrimento, desde então nunca mais tive animais de estimação;
14 – Amo de paixão os idosos (tenho vontade de conversar e abraçar), já pedi um abraço pra uma senhora na rua... Ela cheirava a Johnson e ficou muito contente com meu abraço, e depois perguntou: Você é filha de quem? hehehehe
15 – Sou intensa e explosiva, mas as pessoas me acham calma (tento fingir calma com a nuvem carregada pelo bem da humanidade)... Elas não sabem que quando estou estressada quebro copos jogando na parede (uma das melhores sensações);
16 – Sou apaixonada por filmes e séries, desde Dawson’s Creek eu nunca mais parei, não tenho filtro pra séries, assisto de tudo, e quando eu digo tudo é tudo mesmo, mas acho que gosto mesmo é de ficção científica.
17 – Gosto de ir ao cinema, sozinha, compro muitas comidas e assisto o filme, acho uma sensação boa, EU, A COMIDA E O FILME (triângulo perfeito). Já assisti o mesmo filme duas vezes e no mesmo dia, OS MISERÁVEIS (nunca mais quis assistir esse filme), prometi acompanhar amigos e fui nos horários que eles poderiam ir, confesso que na segunda sessão eu dormi um pouco;
18 – Gostaria de voar num Balão, de preferência um bem colorido, inclusive essa será minha primeira tatuagem, tenho umas 7 tatuagens que gostaria de fazer;
19 – Tive uma boa infância, brincava de pular elástico e corda (era muito boa nisso) e assistia muitos desenhos... Não gostava de pica-pau (achava ele malvado), gostava de cavalo de fogo, She-Há, He-man e Power Rangers (meu irmão e eu lutávamos com as árvores do quintal, éramos ótimos power rangers) e eu tinha um balanço no quintal que meu pai fez pra mim;
20 – Meus 5 filhos já tem nomes;
21 – Tenho uma queimadura secreta;
22 – Um coração Gentil e bem humorado me ganha fácil, sou do tipo que admiro as pessoas, gosto de observá-las;
23 – EU AMO CAFÉ, pode ser até vicio, já tomei mais de 7 xícaras (claro que não foi só isso, mas não quero assustar ninguém) de café em um único dia, gasto meu dinheiro com café (acho um excelente investimento); Confissão: Café será o nome do meu cachorrinho quando eu me sentir preparada pra ter um.
24 – EU AMO DANÇAR, adoro sair pra dançar e eu danço até não aguentar mais, já quis ser dançarina do é o tchan (quem não quis né?), mas na verdade meu sonho sempre foi a dança contemporânea e o Hip Hop.
25 – EU AMO MÚSICA, sempre estou com alguma na cabeça (pra mim MÚSICA, AMIZADE E FAMÍLIA são linhas sagradas na minha história), não tenho preconceito musical, se eu falar que não gosto de alguma música, banda, cantor ou ritmo é porque eu ouvi e cheguei a essa conclusão, quando o assunto é música sou adepta do pós-conceito. Provavelmente vou falar de cantores que você AINDA não ouviu, mas que eu vou te apresentar com certeza. Tenho preferências músicas, muitas por sinal que se eu for escrever eu não termino nunca.

Sempre será assustador falar essas coisas. Minha vida não é interessante, até você entrar na minha cabeça. Eu sou o que eu não gostaria de ser e nem tenho o que gostaria de ter, alimento monstros e anjos e eles têm vasilhas com seus nomes. Eu nunca direi "essa sou eu" porque estou longe de qualquer definição, aceito adjetivos, mas que sejam temporários porque o Moska me mostrou que eu "sou um móbile solto no furacão, qualquer calmaria me dá solidão" e eu não fico a vontade com a solidão.

terça-feira, 6 de setembro de 2016

Comecei andando e aprendi a correr...

Saber o que a vida tem preparado para o nosso caminho não é tarefa fácil, nesses caminhos de pedras e espinhos, vezes, de flores e mares, nos deparamos cada vez mais com a difícil pergunta, o que eu estou fazendo? Para onde estou indo? O que eu realmente quero?
Nessa vida de inúmeras perguntas e poucas respostas, a certeza é o que aprendemos com tudo o que já vivemos. Minha vida é rodeada de medos. Tenho medo de solidão, tal qual, uma lagartixa me paralisaria, os dois juntos eu morreria. Medo de não ser interpretada ou de não ser amada como eu gostaria, medo de perder pessoas, medo de ter medo. Será que o medo é o nosso grande obstáculo, uma vez que foi um dia afirmado que a coragem é a primeira qualidade humana, pois garante todas as outras, o meu medo de sentir medo me acolhe no meu infinito que é embaixo da cama.
Nessa minha vida que comparada a de muitas outras pessoas não tem nada de extraordinário como se espera que tenha, eu tento ser diferente desses espelhos que encontro no meu caminho, porém, é tentando ser diferente que nas coincidências encontro as pessoas que marcam suas pegadas na minha história.
Eu já disse: amo-te! Quando não era pra dizer, já deixei de dizer palavras que poderiam mudar o meu destino, já pedi perdão sem ter errado e já deixei o orgulho liderar e não reconheci erros, já magoei e já me decepcionei, já senti perder o chão, assim como, já apaguei as minhas pegadas para não ter motivos para voltar. Já quis morrer, já disse que queria matar, já senti a maior das raivas e já chorei com a maior das dores.
Já tentei pular de um lugar alto pra tentar voar e já tive um balanço em uma árvore que era minha amiga. Já senti o mais lindo olhar e já presenciei o olhar mais misterioso, já me perdi nesses abismos e nem quis sair de lá. Já amei mais que a mim e já deixei de amar quem tinha todos os quesitos pra me fazer feliz. Já sorri chorando, já quebrei coisas pra tentar amenizar a raiva que atormentava meu peito.
Já tomei banho na chuva de noite, já corri pra sentir o cheiro de terra molhada com alguém especial, já vi o pôr do sol com um grande amor. Já chamei de vida, já chorei na escuridão por causa da vida, já falei as mais criativas frases pra dizer que estava apaixonada. Já passei a noite acordada escrevendo cartas para amigos. Já expliquei situações as definindo com trechos de músicas. Toquei violão pra alguém, mesmo sem saber. Já guardei borboletas em garrafas. Ganhei e perdi pessoas. Dividi segredos... Beijei os beijos mais sinceros e me perdi em alguns que não deveria acreditar.
Duvidei de amores e acreditei em mentiras, já trai e fui traída e sofri ouvindo músicas durante a madrugada. Já pensei que não iria me reerguer e já enfrentei os problemas de frente.
Nessa curta vida, a única certeza é que ainda temos muito pra viver, sofrer, sorrir, conhecer, se entregar... A vida é uma caixinha de surpresas e as pessoas um grande mistério. Sou um grão de areia perto da praia, esperando uma chance de ser levada pela imensidão, provando o sabor da liberdade para quando eu chegar ao fim poder dizer que eu comecei andando e aprendi a correr.

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

A sombrinha da Karina

Hoje está fazendo uma tarde maravilhosa por aqui. Estava eu na Universidade resolvendo coisas da minha dissertação, a professora não pode ir e eu acabei indo para a biblioteca, li um pouco e depois fui encontrar uma amiga. Ela comentou uns fatos da vida amorosa dela, fatos esses interessantes por demais, como sempre a paixão e suas loucuras.
Bem, até aí tudo normal para um dia de segunda-feira, com tarefas e obrigações de segunda- feira... Me despedi de minha amiga e ela seguiu para sua aula. Então fui para o terminal pegar o ônibus, como sempre olhei para o céu, não tinha janela e nem cortina, era um horizonte lindo de céu, mas tinha aquela nuvem cinzenta de cada tarde aqui de Belém. Meu pensamento disse baixinho que ia chover, mas eu não grilo com isso, pois gosto de chuva, no meu caso ela sempre cai em boa hora. O meu trajeto inteiro fez sol, eu ouvia Karina Buhr, Zeca Baleiro, Johnny Hooker, Vanessa da Mata e Herbert Viana, entre outros aleatoriamente. Eu curtia minhas canções e observava as pessoas (sou viciada em ver coisas que só eu vejo hahaha) até que faltando três paradas para eu descer a chuva caiu.
Então, normalmente desci do ônibus, caminhando devagar na chuva que era fina e tinha sol, atravessei a passarela e entrei em outra rua para passar na padaria e comprar uns pães, eu percebi que uma moça andava de sobrinha na minha frente, depois eu passei dela e depois ela estava do outro lado da rua... Eu, amante de chuva não estava me importando com meus sapatos vermelhos molhados ou a mochila pesada de livros nas costas, eu estava ouvindo a música “passarinhos” da Vanessa da Mata com o Emicida, quando de repente senti alguém se aproximar de mim e foi aí que parou de chover... A moça da sobrinha simplesmente atravessou a rua e colocou a sombrinha dela em cima de mim, eu tirei os fones, agradeci e sorri pra ela. Ela quase não falava e então eu perguntei o nome dela, ela respondeu: Karina, então eu me apresentei e perguntei você mora aqui? Ela disse que morava na rua de baixo e eu disse que morava perto, na outra rua e que tinha ido naquela direção só pra comprar pão.
Ela parecia simpática, porém meio tímida porque quase não falava e eu não parava de pensar no que estava acontecendo e no que tinha motivado tal atitude linda e nobre, Será preocupação por eu estar me molhando? Essa atitude dela me fez refletir tanta coisa naquele curto caminho, naqueles poucos passos que dividimos a sombrinha e principalmente me fez lembrar uma música do Herbert Viana que logo em seguida tocou no fone que diz assim “Vamos consertar o mundo, vamos começar lavando os pratos, nos ajudar uns aos outros e me deixar amarrar os seus sapatos”. Isso tudo foi bem inesperado, mas mexeu verdadeiramente com o meu humor, com meu coração. Talvez eu não encontre mais a Karina por aí pelas minhas andanças, mas espero que ela continue espalhando carinho a pessoas desconhecidas como ela fez comigo e que ela saiba que essa atitude me ensinou muito, mostrou que nem tudo está perdido e que nós não estamos perdidos. Mais uma vez OBRIGADA Karina.

Voltei com minha nova velha eu!

Volteeeeei... depois de alguns anos por aí nesse mundo velho sem porteira eu voltei toda feita de clichês cantando "eu voltei e agora pra ficar".  Estava olhando para a janela e me deparei com alguns questionamentos sobre mim, o que aconteceu? Onde estou? E por que estou aqui? Esses questionamentos são normais e devemos dar crédito a eles. Pois bem, eu acredito que estou onde deveria estar, e devemos de fato pensar assim, temos que abraçar o que temos e o que vem a nós de coração aberto. Todos passamos por ensinamentos doloridos, confusos, chorosos... Mas cá estamos, eu escrevendo e você lendo e adivinhe só, NÓS ESTAMOS PERFEITAMENTE BEM, talvez não inteiros, mas estamos bem. "A cada pedaço meu que se vai, um pouco do medo sai, e o que fica às vezes me atrai, suficientemente pra acordar e depois dormir"
Às vezes eu queria estar em outro lugar,  mas aceito o fato de pensar que por alguma razão maior eu estou aqui e que as coisas estão dando certo por algum motivo também. Eu tomo café de manhã olhando pra uma janela, eu tenho esse negócio de liberdade, vôos inesperados dentro de mim. Outro dia um passarinho entrou pela janela da área, passou pela cozinha e depois do meu lado na sala enquanto eu tomava café e saiu pela janela que fico olhando, pensei que aquilo era um sinal, um "boas-vindas" para mim, posso até dizer que o vizinho que me trouxe biscoitos e um beijo foi o vizinho da janela da frente o Sr. Passarinho e tudo isso aconteceu logo depois do meu aniversário. 
Minhas antigas postagens aqui são de 2010 e como a minha vida mudou nesses 6 anos viu?! Mas aparentemente estou no inicio da paz interior, parece que finalmente estou entendendo aquele lance de "A gente deseja o bem quando estamos bem" ou "A melhor companhia é a nossa". Estou aprendendo a me amar um pouquinho mais, mas não pensem que o caminho até aqui foi fácil, eu fui muito trouxa até aprender hahahaha. Pois bem, que venham esses novos tempos, estou muito ansiosa por eles e pela minha nova velha eu.

Para você que chegou para ser a “dona da minha cabeça”

Quando eu disse “vem andar e voa” eu fiquei tão assustada quanto você. A doce sensação de sorrir boba ao te olhar, de ficar com borboletas n...