segunda-feira, 5 de setembro de 2016

A sombrinha da Karina

Hoje está fazendo uma tarde maravilhosa por aqui. Estava eu na Universidade resolvendo coisas da minha dissertação, a professora não pode ir e eu acabei indo para a biblioteca, li um pouco e depois fui encontrar uma amiga. Ela comentou uns fatos da vida amorosa dela, fatos esses interessantes por demais, como sempre a paixão e suas loucuras.
Bem, até aí tudo normal para um dia de segunda-feira, com tarefas e obrigações de segunda- feira... Me despedi de minha amiga e ela seguiu para sua aula. Então fui para o terminal pegar o ônibus, como sempre olhei para o céu, não tinha janela e nem cortina, era um horizonte lindo de céu, mas tinha aquela nuvem cinzenta de cada tarde aqui de Belém. Meu pensamento disse baixinho que ia chover, mas eu não grilo com isso, pois gosto de chuva, no meu caso ela sempre cai em boa hora. O meu trajeto inteiro fez sol, eu ouvia Karina Buhr, Zeca Baleiro, Johnny Hooker, Vanessa da Mata e Herbert Viana, entre outros aleatoriamente. Eu curtia minhas canções e observava as pessoas (sou viciada em ver coisas que só eu vejo hahaha) até que faltando três paradas para eu descer a chuva caiu.
Então, normalmente desci do ônibus, caminhando devagar na chuva que era fina e tinha sol, atravessei a passarela e entrei em outra rua para passar na padaria e comprar uns pães, eu percebi que uma moça andava de sobrinha na minha frente, depois eu passei dela e depois ela estava do outro lado da rua... Eu, amante de chuva não estava me importando com meus sapatos vermelhos molhados ou a mochila pesada de livros nas costas, eu estava ouvindo a música “passarinhos” da Vanessa da Mata com o Emicida, quando de repente senti alguém se aproximar de mim e foi aí que parou de chover... A moça da sobrinha simplesmente atravessou a rua e colocou a sombrinha dela em cima de mim, eu tirei os fones, agradeci e sorri pra ela. Ela quase não falava e então eu perguntei o nome dela, ela respondeu: Karina, então eu me apresentei e perguntei você mora aqui? Ela disse que morava na rua de baixo e eu disse que morava perto, na outra rua e que tinha ido naquela direção só pra comprar pão.
Ela parecia simpática, porém meio tímida porque quase não falava e eu não parava de pensar no que estava acontecendo e no que tinha motivado tal atitude linda e nobre, Será preocupação por eu estar me molhando? Essa atitude dela me fez refletir tanta coisa naquele curto caminho, naqueles poucos passos que dividimos a sombrinha e principalmente me fez lembrar uma música do Herbert Viana que logo em seguida tocou no fone que diz assim “Vamos consertar o mundo, vamos começar lavando os pratos, nos ajudar uns aos outros e me deixar amarrar os seus sapatos”. Isso tudo foi bem inesperado, mas mexeu verdadeiramente com o meu humor, com meu coração. Talvez eu não encontre mais a Karina por aí pelas minhas andanças, mas espero que ela continue espalhando carinho a pessoas desconhecidas como ela fez comigo e que ela saiba que essa atitude me ensinou muito, mostrou que nem tudo está perdido e que nós não estamos perdidos. Mais uma vez OBRIGADA Karina.

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