Saber o
que a vida tem preparado para o nosso caminho não é tarefa fácil, nesses caminhos
de pedras e espinhos, vezes, de flores e mares, nos deparamos cada vez mais com
a difícil pergunta, o que eu estou fazendo? Para onde estou indo? O que eu
realmente quero?
Nessa vida de inúmeras perguntas e poucas respostas, a certeza é o que
aprendemos com tudo o que já vivemos. Minha vida é rodeada de medos. Tenho medo
de solidão, tal qual, uma lagartixa me paralisaria, os dois juntos eu morreria.
Medo de não ser interpretada ou de não ser amada como eu gostaria, medo de
perder pessoas, medo de ter medo. Será que o medo é o nosso grande obstáculo,
uma vez que foi um dia afirmado que a coragem é a primeira qualidade humana,
pois garante todas as outras, o meu medo de sentir medo me acolhe no meu
infinito que é embaixo da cama.
Nessa minha vida que comparada a de muitas outras pessoas não tem nada
de extraordinário como se espera que tenha, eu tento ser diferente desses
espelhos que encontro no meu caminho, porém, é tentando ser diferente que nas
coincidências encontro as pessoas que marcam suas pegadas na minha história.
Eu já disse: amo-te! Quando não era pra dizer, já deixei de dizer
palavras que poderiam mudar o meu destino, já pedi perdão sem ter errado e já
deixei o orgulho liderar e não reconheci erros, já magoei e já me decepcionei,
já senti perder o chão, assim como, já apaguei as minhas pegadas para não ter
motivos para voltar. Já quis morrer, já disse que queria matar, já senti a
maior das raivas e já chorei com a maior das dores.
Já tentei pular de um lugar alto pra tentar voar e já tive um balanço
em uma árvore que era minha amiga. Já senti o mais lindo olhar e já presenciei
o olhar mais misterioso, já me perdi nesses abismos e nem quis sair de lá. Já
amei mais que a mim e já deixei de amar quem tinha todos os quesitos pra me
fazer feliz. Já sorri chorando, já quebrei coisas pra tentar amenizar a raiva
que atormentava meu peito.
Já tomei banho na chuva de noite, já corri pra sentir o cheiro de
terra molhada com alguém especial, já vi o pôr do sol com um grande amor. Já
chamei de vida, já chorei na escuridão por causa da vida, já falei as mais
criativas frases pra dizer que estava apaixonada. Já passei a noite acordada
escrevendo cartas para amigos. Já expliquei situações as definindo com trechos
de músicas. Toquei violão pra alguém, mesmo sem saber. Já guardei borboletas em
garrafas. Ganhei e perdi pessoas. Dividi segredos... Beijei os beijos mais
sinceros e me perdi em alguns que não deveria acreditar.
Duvidei de amores e acreditei em mentiras, já trai e fui traída e
sofri ouvindo músicas durante a madrugada. Já pensei que não iria me reerguer e
já enfrentei os problemas de frente.
Nessa curta vida, a única certeza é que ainda temos muito pra viver,
sofrer, sorrir, conhecer, se entregar... A vida é uma caixinha de surpresas e
as pessoas um grande mistério. Sou um grão de areia perto da praia, esperando
uma chance de ser levada pela imensidão, provando o sabor da liberdade para
quando eu chegar ao fim poder dizer que eu comecei andando e aprendi a correr.
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